No dia 4 de junho, durante o lançamento oficial do Pix Automático em São Paulo, a presidente da Open Finance Brasil, Ana Carla Abrão, destacou em entrevista ao portal Convergência Digital o papel estratégico dessa inovação para simplificar pagamentos recorrentes e ampliar a adesão ao ecossistema Open Finance, especialmente no segmento B2B e Pessoas Jurídicas.
O Pix Automático se apresenta como uma alternativa moderna ao tradicional débito automático. Do ponto de vista do consumidor, o funcionamento é simples e unificado: uma única experiência de cadastro e autorização para pagamentos recorrentes, independentemente de a transação ocorrer via Pix “puro” ou via Open Finance. No entanto, a principal inovação está nos bastidores – mais especificamente, na forma como empresas poderão se beneficiar da funcionalidade.
“O Pix Open Finance opera para as empresas, atende as empresas, é um produto específico para prestadoras de serviços que têm cobranças recorrentes todos os meses”, afirmou Ana Carla.
Com o apoio das ITPs (Instituições Transmissoras de Pagamento) – participantes fundamentais do ecossistema Open Finance, empresas como concessionárias, serviços de streaming, seguradoras ou escolas podem concentrar todas as cobranças recorrentes numa única conta, de forma automatizada e segura. Em vez de receber pagamentos por meio de boletos, cartões de crédito ou múltiplas contas bancárias, a empresa centraliza a operação com maior previsibilidade de caixa e simplicidade operacional. Não é exigido o estabelecimento de convênios de arrecadação com Bancos para o pix automático.
“Agora, ao invés delas receberem dos seus consumidores em várias contas ou por meio de cartão de crédito, elas podem receber por meio de uma única conta de uma ITP e fazer a gestão financeira no âmbito do Open Finance”, explicou Ana Carla.
A perspectiva de aceleração nos recebimentos, especialmente quando comparada aos prazos de liquidação de cartões de crédito, é outro benefício de destaque. Além da redução de custos com intermediários, o Pix Automático traz a vantagem da escolha: a empresa define em qual conta e em qual banco quer centralizar os pagamentos.
“A gente tá colocando um produto no mercado agora, mas estamos muito otimistas porque, do ponto de vista de custo, de alternativa e de rapidez no recebimento, é uma solução bastante vantajosa”, pontuou a presidente da Open Finance Brasil.
Para Ana Carla, essa novidade também deve ajudar a responder a uma crítica comum sobre o Open Finance: a percepção de que seus benefícios não são visíveis ou diretos. O Pix Automático, ao viabilizar uma experiência fluida tanto para o consumidor quanto para a empresa, tem potencial para concretizar os ganhos prometidos pelo modelo.
“Com certeza. Esse é um produto muito importante que está sendo lançado agora e que vem justamente para as pessoas poderem tangibilizar esses benefícios”, afirmou. “Agora temos uma funcionalidade que atende diretamente as empresas, o que deve impulsionar ainda mais a adesão ao Open Finance.”
Na prática: o que muda para as empresas?
Para quem atua no financeiro de empresas com cobranças recorrentes (como escolas, condomínios, academias, serviços de assinatura e SaaS), o Pix Automático simplifica a jornada de cobrança, elimina dependência de boletos e cartões, reduz inadimplência e melhora o controle sobre o fluxo de caixa.
Através de plataformas como o Painel Financeiro Limoney, que já integra tecnologias de conciliação automatizada, o uso do Pix Automático se conecta à lógica de eficiência e automação dos processos financeiros. Com mais agilidade nos recebimentos e controle centralizado, empresas ganham fôlego para focar no que realmente importa: crescer com saúde financeira.
Opinião Limoney
Para Irene Barretto, CEO e Co-founder da Limoney Tecnologia e Gestão Financeira, o Pix Automático representa um passo essencial para que mais empresas descubram, na prática, os benefícios do Open Finance.
“Essa é uma inovação que ajuda a transformar uma promessa em realidade. Quando a empresa sente a melhora direta no fluxo de caixa e no controle de recebimentos, ela entende o valor do Open Finance. Isso gera mais adesão, mais dados qualificados circulando e, principalmente, mais inteligência financeira no dia a dia das pessoas jurídicas”, afirma Irene.
O Banco Central anunciou recentemente que a ampliação da adesão PJ ao Open Finance será uma das prioridades para 2025 e 2026. Já há sinais promissores: em 2024, o número de CNPJs participantes cresceu 91%.
“A adesão das pessoas jurídicas ao Open Finance ainda engatinha, o que contrasta com a forte presença dos CPFs nesse ecossistema. A inovação do Pix Automático tem o potencial de acelerar a adesão das empresas, oferecendo benefícios tangíveis para quem lida com cobranças recorrentes todos os meses. Para destravar a transformação financeira nas empresas, é essencial que o Open Finance ofereça soluções reais. O Pix Automático ajuda a consolidar isso: melhora o fluxo de caixa, simplifica a gestão e reduz a dependência do cartão de crédito. Com isso, mais empresas vão começar a perceber que o Open Finance não é apenas viável, é necessário”, conclui Irene.
