O futuro do Open Finance está sendo moldado não apenas por inovações locais, mas também por projetos globais que prometem mudar o modo como os dados financeiros circulam e como os serviços são oferecidos aos usuários. Entre os destaques, está o Projeto Aperta – nome inspirado na palavra latina para “aberto” – que busca criar uma infraestrutura global para o compartilhamento seguro de dados entre diferentes países.
O projeto reúne as seguintes instituições:
- Banco Central do Brasil;
- BIS Innovation Hub Hong Kong Centre (Centro de Inovação do BIS em Hong Kong);
- Central Bank of the United Arab Emirates (Banco Central dos Emirados Árabes Unidos);
- Financial Conduct Authority, do Reino Unido (Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido);
- Hong Kong Monetary Authority (Autoridade Monetária de Hong Kong);
- Global Legal Entity Identifier Foundation (Fundação Global de Identificadores de Entidades Legais);
- International Chamber of Commerce Digital Standards (Iniciativa de Padrões Digitais da Câmara de Comércio Internacional).
Na prática, a proposta é construir uma rede multilateral que permita a interoperabilidade entre infraestruturas domésticas de Open Finance, conectando diferentes jurisdições por meio de APIs seguras, criptografadas de ponta a ponta e sempre com consentimento do consumidor.
Essa arquitetura possibilitará que dados financeiros, como informações de contas, pagamentos, cartas de crédito ou documentos digitais de embarque, circulem de maneira mais rápida e menos burocrática entre países, ampliando a confiança e a eficiência no ecossistema financeiro internacional.
Entre os benefícios esperados, estão a abertura mais rápida de contas internacionais para empresas e consumidores, a redução significativa de custos em operações de trade finance e o fortalecimento da resiliência financeira global. Ao viabilizar a portabilidade transfronteiriça de dados de maneira segura e padronizada, o Projeto Aperta abre caminho para novos serviços financeiros mais conectados com as necessidades de empresas que atuam globalmente.
Segundo o próprio BIS, tecnologias baseadas em APIs têm grande potencial para destravar essas operações ao permitir o fluxo contínuo de dados mesmo entre mercados que possuem modelos diferentes de Open Finance, sejam eles liderados por regulação, pelo mercado ou modelos híbridos.
Atualmente, cerca de 70 jurisdições já regulam ou desenvolvem iniciativas de Open Finance. No entanto, como cada país adota padrões e protocolos distintos, o fluxo de dados entre fronteiras ainda é limitado.
Algumas nações têm buscado acordos bilaterais, mas esse caminho pode gerar fragmentação e dificultar a escalabilidade global. É justamente nesse ponto que o Projeto Aperta pretende atuar, servindo como um elo entre diferentes sistemas e fomentando maior padronização.