O Grupo de Trabalho de Engajamento PJ da Associação Open Finance Brasil aprovou, no dia 22 de maio, por unanimidade, duas propostas que integram o plano de trabalho voltado ao desenvolvimento de soluções específicas para clientes pessoas jurídicas, com ênfase em pequenas e médias empresas (PMEs).
As iniciativas foram discutidas no 19º conselho de administração da Associação e buscam priorizar públicos estratégicos e superar obstáculos técnicos na criação de produtos financeiros voltados a esse segmento.
A primeira proposta, intitulada “Engajamento PJ – Proposta de priorização de público-alvo para cronograma de trabalho”, prevê o direcionamento de esforços para empresas com faturamento anual de até R$ 90 milhões, seguindo a definição do BNDES. A ênfase está em clientes com jornadas simples, com o objetivo de promover uma evolução gradual e eficiente do ecossistema Open Finance para PMEs.
A segunda proposta, “Engajamento PJ – Proposta de atuação nos obstáculos técnicos para viabilizar a criação de produtos PJ”, foca na melhoria da qualidade dos dados transacionados e na jornada de consentimento, especialmente no que diz respeito a estruturas de múltipla alçada – ou seja, processos de autorização que envolvem mais de uma pessoa para aprovar operações financeiras, como pagamentos, transferências ou compartilhamento de dados bancários.
No caso específico da proposta discutida no Grupo de Trabalho de Engajamento PJ da Associação Open Finance Brasil, o foco está em adaptar o sistema de consentimento do Open Finance para contemplar essas estruturas que são comuns em empresas, especialmente nas de médio porte.
Embora o aprofundamento nas questões da jornada de consentimento tenha sido bem recebido, representantes do GT destacaram a importância de não restringir, neste momento, o escopo exclusivamente à alçada múltipla, recomendando aguardar a apresentação de estudos sobre a jornada simples (em que apenas uma pessoa tem poder suficiente para dar consentimento ao compartilhamento de dados) por parte da Diretoria de Tecnologia e Operações da associação.
Além disso, membros defenderam que os temas de alçada simples e múltipla devem ser discutidos de forma paralela, sem que um dependa do outro, para garantir maior agilidade nos avanços técnicos. Também foi sugerido que os debates sobre múltipla alçada incluam não apenas consentimento, mas também dados e pagamentos.
As propostas refletem o compromisso do GT em ampliar a inclusão das PMEs no Open Finance, reconhecendo as particularidades desse público e os desafios operacionais que ainda precisam ser vencidos para que as soluções cheguem de forma efetiva ao mercado.
A divulgação das discussões ocorridas no conselho foram divulgadas no site da Associação Open Finance Brasil.
“As pequenas e médias empresas movimentam uma parte vital da economia brasileira, mas muitas vezes ficam à margem das inovações financeiras por conta de barreiras técnicas ou regulatórias” diz Irene Barretto, CEO e Co-Founder da Limoney, para quem a priorização das PMEs no plano de trabalho é um passo estratégico para a maturidade do ecossistema.
“O avanço dessas propostas sinaliza que o Open Finance está se tornando mais aderente à realidade do empreendedor, oferecendo ferramentas que podem, de fato, facilitar a vida financeira das empresas com mais segurança, agilidade e controle”, completa.