Fluxo de Caixa Previsto e Realizado é a comparação entre o que a empresa planejou receber e pagar e o que efetivamente ocorreu em seu caixa.
O fluxo de caixa é o coração da saúde financeira de qualquer negócio. Ele representa a principal fonte de financiamento das operações e, quando não é bem administrado, pode comprometer a liquidez da empresa e até levá-la à falência.
Manter um fluxo de caixa equilibrado é ainda mais urgente em contextos de alta variabilidade. Um controle eficiente permite antecipar decisões, evitar faltas ou sobras de recursos e garantir a capacidade de investimento, assegurando a sustentabilidade financeira no longo prazo.
Em suma, o fluxo de caixa é o equilíbrio entre entradas e saídas do caixa da empresa. Ele depende da gestão de duas áreas complementares: Contas a Receber e Contas a Pagar. Quando integradas, essas duas áreas permitem planejar com precisão, identificar gargalos e tomar decisões baseadas em dados confiáveis.
Mas existe outra dicotomia quando estudamos o fluxo de caixa: o fluxo previsto e realizado. Vamos entender mais sobre essas duas categorias?
O que é a análise entre fluxo de caixa previsto e realizado?
O Fluxo de Caixa Previsto é uma projeção das entradas e saídas futuras da empresa. Já o Fluxo de Caixa Realizado registra as movimentações que efetivamente ocorreram em determinado período.
Enquanto o previsto busca garantir previsibilidade financeira, permitindo que as empresas antecipem decisões, evitem faltas ou sobras de dinheiro e sustentem o crescimento a longo prazo, o realizado reflete a execução concreta das operações, ou seja, as entradas e saídas efetivas.
Essa comparação permite analisar como tem sido a performance do negócio, identificar erros, corrigir distorções, tornando o controle financeiro mais preciso. Em outras palavras, olhar para o Previsto é planejar o futuro; olhar para o Realizado é compreender o passado e aprender com ele.
Alguns cálculos possíveis para realizar essa análise são:
1. Variação entre o Previsto e o Realizado (Δ)
É o cálculo mais direto para medir o desvio entre o planejado e o ocorrido.
Fórmula:
- Variação = Realizado – Previsto
Interpretação:
- Resultado positivo → houve superávit (entrou mais dinheiro que o previsto, ou gastou-se menos).
- Resultado negativo → houve déficit (entrou menos ou gastou-se mais do que o esperado).
Exemplo:
Previsto: R$ 100.000
Realizado: R$ 90.000
Variação = 90.000 – 100.000 = –10.000 (houve déficit de R$ 10.000)
2. Percentual de Aderência ao Planejado
Mostra quanto do previsto realmente se concretizou, em percentual.
Fórmula:
- Aderência = (Soma do Realizado / Soma do Planejado) x 100 .
Interpretação:
- ≥ 100%: desempenho acima do esperado.
- Entre 90% e 100%: previsão adequada.
- < 90%: previsão imprecisa, precisa de revisão no modelo de projeção.
Exemplo:
Realizado: R$ 95.000
Previsto: R$ 100.000
Aderência = (95.000 / 100.000) × 100 = 95%
Desvio Percentual (ou Erro Relativo)
Serve para mensurar o erro da projeção, permitindo comparações entre períodos e categorias.
Fórmula:
Calcule o erro absoluto: subtraia o valor aproximado do valor verdadeiro (ou valor exato).
Fórmula: Erro Absoluto = |Valor Verdadeiro − Valor previsto|
O uso do valor absoluto (| |) garante que o erro seja sempre positivo.
Calcule o erro relativo: divida o erro absoluto pelo valor verdadeiro.
Fórmula: Erro Relativo = Erro Absoluto / Valor previsto
Converta para porcentagem: multiplique o erro relativo por 100.
Fórmula: Desvio Percentual = Erro Relativo × 100%
Exemplo:
Uma empresa previu que teria R$ 120.000 de receitas no mês.
No entanto, o valor realizado foi de R$ 110.000.
1. Erro Absoluto
Erro Absoluto = |Valor Verdadeiro − Valor Previsto|
Erro Absoluto = |110.000 − 120.000|
Erro Absoluto = 10.000
2. Erro Relativo
Erro Relativo = Erro Absoluto / Valor Previsto
Erro Relativo = 10.000 / 120.000
Erro Relativo = 0,0833
3. Desvio Percentual
Desvio Percentual = Erro Relativo × 100%
Desvio Percentual = 0,0833 × 100%
Desvio Percentual = 8,33%
Interpretação:
A receita realizada ficou 8,33% abaixo do valor previsto.
Por que essa análise é essencial?
A essência de comparar a projeção de fluxo de caixa com o que de fato ocorreu está na capacidade de antecipar movimentos. Se a previsão se baseia em parâmetros sólidos e é assertiva (se aproxima do realizado), a tomada de decisão se torna mais segura, contribuindo para melhor planejar o crescimento do negócio.
Por exemplo, quando há diferenças entre os prazos de pagamento e recebimento, e a empresa precisa pagar fornecedores antes de receber dos clientes, essa defasagem pode gerar um “vazio” no caixa, que deve ser previsto e gerenciado.
Uma das possibilidades é que a empresa antecipe recebíveis futuros ou mesmo contrate um empréstimo como capital de giro. Nesse cenário, ter segurança das entradas futuras e dos seus respectivos prazos é fundamental para definir o tipo de empréstimo a ser contratado.
Portanto, a projeção é crucial para planejar a liquidez imediata e garantir o cumprimento das obrigações financeiras. Embora complexa, essa tarefa se torna indispensável em ambientes de incerteza.
Como o Painel Financeiro Limoney auxilia na análise do fluxo de caixa previsto e realizado?
O Painel Financeiro Limoney auxilia na resolução dos principais desafios enfrentados pelos gestores ao construir e comparar o fluxo de caixa previsto e o realizado ao, basicamente, fornecer visibilidade aos dados e tornar projeções muito mais precisas.
No fluxo previsto, a dificuldade está em transformar dados dispersos e estimativas incertas em projeções confiáveis. Muitos ERPs (sigla em inglês para Planejamento de Recursos Empresariais) não contemplam informações de pipeline comercial, variações salariais ou eventos estratégicos, obrigando o gestor a consolidar manualmente planilhas e relatórios, o que aumenta o risco de erro e reduz a agilidade nas decisões.
Já no fluxo realizado, o problema é a complexidade da conciliação bancária. Empresas que recebem por Pix, TED ou TEF enfrentam extratos sem identificação clara do pagador, além da multiplicidade de modelos de notas fiscais e contas bancárias. Esse cenário gera retrabalho e compromete a precisão das informações financeiras.
O Painel Financeiro Limoney integra essas duas dimensões em um único ambiente tecnológico. Ao lançar contratos de clientes e fornecedores, o próprio sistema gera automaticamente os registros futuros de Contas a Receber e a Pagar, construindo o Previsto de maneira orgânica. À medida que o tempo avança, o que era projeção futura vai sendo cravado como passado (Realizado), garantindo uma projeção contínua (Rolling Forecast).
A ferramenta de projeção é dinâmica, permitindo ajustes de valores intradia e visualização imediata do impacto no saldo de caixa. Por exemplo, é possível alterar a data de um recebimento devido à inadimplência e observar imediatamente as consequências no calendário de caixa.
Com essa automação, o processo de análise torna-se contínuo e preditivo, reduzindo tarefas manuais e ampliando a capacidade de planejamento estratégico. Assim, o Painel Financeiro Limoney transforma a comparação entre o previsto e o realizado em um instrumento de inteligência financeira, permitindo decisões mais rápidas, assertivas e orientadas ao crescimento sustentável.
Conclusão
Unificar o fluxo de caixa previsto e realizado não é apenas uma prática de controle, mas um passo fundamental para a inteligência financeira. A empresa que domina suas projeções e aprende com seus resultados constrói um ciclo contínuo de aprendizado, eficiência e crescimento sustentável.