Contas a Receber é tanto uma área chave do financeiro de qualquer empresa, quanto um ativo importante do Balanço Patrimonial
Você sabe o que é o Contas a Receber? Esse termo, comum na rotina das empresas, pode ter diferentes significados, tanto do ponto de vista contábil, quanto do ponto de vista da gestão financeira.
Também frequentemente indicado no Balanço Patrimonial como “Clientes”, o Contas a Receber pode significar um ativo – ou seja, o controle das receitas que a empresa tem a expectativa de receber em um futuro próximo.
Como a gestão desse ativo depende de métodos próprios, existe uma subárea do setor financeiro especialmente dedicada a isso – que também recebe, justamente, o nome de Contas a Receber.
Os dois significados, portanto, denominam temas interligados. Descubra mais sobre cada uma das definições:
Contas a Receber, do ponto de vista da contabilidade
Do ponto de vista da contabilidade, Contas a Receber é um ativo. Isso significa que representa direitos da empresa mensuráveis em dinheiro. Os ativos de uma empresa incluem bens e direitos. Enquanto os bens se referem às propriedades que a empresa efetivamente possui, os direitos simbolizam os benefícios futuros da empresa.
O Contas a Receber é um direito da empresa, já que se refere aos montantes que os clientes – que tenham adquirido produtos ou serviços a prazo – pagarão no futuro. Como os clientes ainda pagarão o valor devido, o Contas a Receber, assim como outros direitos da empresa, é um bem da empresa em posse de terceiros. Tais bens são exigíveis, porque devem ser exigidos dos clientes mediante contrato.
Dada essa natureza, muitas vezes esse ativo é também nomeado como “Clientes” em documentos administrativos. Um dos primeiros impactos do Contas a Receber é na organização do fluxo de caixa, já que manter o controle dos montantes que serão recebidos é uma tarefa indispensável na gestão financeira.
Além do impacto no caixa, o Contas a Receber afeta o Balanço Patrimonial, documento que consolida todas as contas da empresa ao longo do tempo e reflete sua saúde financeira. Durante a confecção do Balanço, esses ativos são agrupados conforme características como prazo de liquidação e método de avaliação. Isso porque, caso fossem apresentados de forma desorganizada, a interpretação dos dados se tornaria muito difícil.
O tempo necessário para o recebimento total dos valores depende da política de crédito adotada. Prazos mais longos aumentam o número de parcelas registradas no Balanço e prolongam a entrada do dinheiro. O planejamento desse prazo é uma decisão estratégica do departamento financeiro, sobre a qual falaremos na próxima seção.
No Balanço, parcelas de Contas a Receber que não foram recebidas em decorrência de maus pagadores devem ser subtraídas com o título Provisão para Devedores Duvidosos. Parte das duplicatas a receber, negociadas com as instituições financeiras com o objetivo da realização financeira antecipada daqueles títulos, deve ser subtraída com o título Duplicatas Descontadas.
Visto todos esses dados, o Contas a Receber pode ser definido como uma conta contábil do ativo no balanço patrimonial.
Contas a Receber, do ponto de vista da gestão financeira
Do ponto de vista da gestão, o Contas a Receber é uma área do setor financeiro. Isso significa que os colaboradores desse setor exercem atividades específicas para a gestão financeira.
Entre as atividades sob responsabilidade do Contas a Receber, encontram-se a gestão da política interna de crédito, a execução das atividades de faturamento e a eventual cobrança de inadimplentes. Entre as documentações emitidas ou controladas, há as emissões de faturas, notas fiscais e instrumentos de recebimento (como boletos), o lançamento das contas em sistemas de controle, a conciliação bancária dos recebimentos e os relatórios financeiros.
A política de crédito diz respeito às condições pelas quais o crédito será concedido aos clientes, envolvendo prazos de pagamento e eventuais condições diferenciadas para instrumentos de recebimento distintos. Pense, por exemplo, em um bar cuja placa na entrada diz “fiado, só amanhã”. Esse é um exemplo bem primordial de política de crédito: no caso, ele nunca é oferecido. Um bar que aceita fiado precisa fazer uma gestão do Contas a Receber em um caderno de contas e, espera-se, controlar as dívidas dos clientes tomadores.
Outro exemplo de política de juros pode ser observado em estabelecimentos que oferecem condições como “Compre em até 5x sem juros”. Esse tipo de política precisa ser muito bem pensada, pois pode funcionar do ponto de vista do marketing, mas causará um impacto no fluxo de caixa da empresa.
Pode ser que os profissionais do Contas a Receber sejam responsáveis pela idealização da política de crédito, ou apenas zelem por ela. Em todos os casos, suas atuações são balizadas pela política de crédito.
Outra atividade relacionada ao Contas a Receber desenvolvida pelo departamento financeiro é a cobrança de inadimplentes. Isso é feito através do acompanhamento da inadimplência, o envio de lembretes para devedores e a oferta de negociações de dívidas, antes de um eventual envolvimento do departamento jurídico.
Conclusão
A gestão eficiente do Contas a Receber é um fator determinante para a saúde financeira de qualquer empresa. Como vimos, esse é tanto um dos ativos mais proeminentes do Balanço Patrimonial da organização, quanto uma área que envolve desde o registro correto das receitas esperadas até a adoção de estratégias para minimizar a inadimplência e otimizar o fluxo de caixa.
Com processos bem estruturados e políticas de crédito adequadas, é possível garantir maior previsibilidade nas finanças e reduzir riscos. Além disso, uma boa gestão do Contas a Receber possibilita maior previsibilidade financeira, reduzindo riscos e garantindo liquidez para que a empresa possa investir, mantendo a saúde financeira da empresa a longo prazo.