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Cotar e financiar

Qual o impacto da taxa Selic em 14,25% para empresas?

Qual o impacto da taxa selic em 14,25% para empresas?

Copom aumentou taxa Selic no dia 19 de março devido à “incerteza elevada” no cenário econômico.

O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou no dia 19 de março de 2025 uma elevação de um ponto percentual da Selic, que agora alcança 14,25% ao ano. A contenção da inflação justificou o aumento, levando em consideração a defasagem do efeito dos juros na economia e o cenário de “incerteza elevada” no cenário econômico global e doméstico. 

Qual o impacto de uma taxa Selic tão elevada para as empresas brasileiras? Saiba mais a seguir:

O que é a taxa Selic

A taxa Selic, determinada pelo Copom, é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação. Ela afeta diretamente o custo do crédito e o nível de consumo das famílias. Quando a Selic sobe, o crédito fica mais caro e o consumo tende a diminuir, o que ajuda a frear a inflação. Por outro lado, uma Selic mais baixa estimula o crédito e o consumo, impulsionando a economia.

Impactos na economia

A manutenção de uma taxa de juros elevada traz impactos profundos em diferentes setores da economia. A indústria, o consumo e os investimentos de longo prazo são os mais prejudicados, já que o crédito fica mais caro e as empresas enfrentam maiores custos para financiar suas operações. Setores como varejo, construção civil e transporte sofrem ainda mais, pois dependem fortemente de financiamentos para adquirir insumos e manter suas atividades. 

No caso dos transportes, a situação se agrava devido à alavancagem financeira significativa, com muitas dívidas atreladas ao CDI – o que torna o setor particularmente vulnerável ao aumento dos juros.

Além disso, o caixa das empresas em geral fica mais pressionado, já que uma parte maior dos recursos precisa ser destinada ao pagamento de dívidas, dificultando a manutenção das operações e a realização de novos investimentos. 

Por outro lado, alguns setores conseguem escapar dos piores efeitos. Empresas exportadoras de commodities e serviços essenciais, como saúde e alimentos, tendem a ser menos afetadas, seja pela maior previsibilidade de receita, seja por se beneficiarem da desvalorização do real, o que torna seus produtos mais competitivos no mercado externo.

Um cenário desafiador

O último Relatório de Inflação do Banco Central revisou a projeção de crescimento da economia brasileira para 2025 para 2,1%, enquanto o mercado financeiro, por meio do boletim Focus, estima uma expansão um pouco menor, de 1,99%  do PIB em 2025.

O cenário é desafiador. Em 2024, o número de pedidos de recuperação judicial atingiu 2.273 casos – o maior desde o início da série histórica da Serasa Experian – marcando um aumento de 61,8% em comparação a 2023.

Ainda assim, o mercado financeiro reagiu de forma positiva à decisão do Copom, com alta na bolsa de valores e leve queda no dólar. Isso indica que os investidores enxergam a medida como uma ação necessária para controlar a inflação e manter a estabilidade da economia. 

No entanto, se os juros permanecerem elevados por muito tempo, a situação pode se tornar insustentável para muitas empresas, especialmente aquelas que dependem de crédito ou que já estão fortemente endividadas. Esse cenário aumenta o risco de novos pedidos de recuperação judicial e, nos casos mais graves, pode levar até mesmo à falência de negócios que não conseguem se reestruturar.

Em um cenário de taxas de juros em um patamar tão alto, as empresas precisam realizar comparações das opções de crédito disponíveis. Avaliar as condições propostas por diferentes instituições permite não apenas reduzir o custo da dívida, mas também melhorar o planejamento de fluxo de caixa, evitando compromissos financeiros que possam comprometer a operação.

A Limoney facilita o processo ao fornecer opções de crédito para os clientes, permitindo uma análise mais precisa das condições de crédito e das taxas praticadas pelo mercado. 

Conclusão

Em conclusão, a elevação da taxa Selic para 14,25% representa um desafio significativo para as empresas brasileiras, especialmente aquelas que dependem de crédito ou atuam em setores sensíveis a custos financeiros elevados. 

Embora a medida busque controlar a inflação e garantir a estabilidade macroeconômica, seus efeitos colaterais — como o encarecimento do crédito, a redução do consumo e o aumento dos pedidos de recuperação judicial — não podem ser ignorados. 

A capacidade das empresas de se adaptarem a esse novo cenário será determinante para sua sobrevivência e crescimento nos próximos anos. Se a taxa permanecer alta por um período prolongado, o impacto negativo sobre a atividade econômica e o mercado de trabalho poderá se intensificar, criando um ciclo desafiador para o setor produtivo e para o próprio crescimento do país.