fechar menu

Open Finance e IA

“A gente já observa bancos grandes muito mais organizados”, diz presidente da Associação Open Finance

"A gente já observa bancos grandes muito mais organizados", diz presidente da Associação Open Finance

O Open Finance já deixou de ser apenas um projeto regulatório para se tornar parte essencial do cotídiano dos bancos e do sistema financeiro brasileiro. A avaliação é de Ana Carla Abrão, diretora-presidente da Associação Open Finance, entidade criada para representar a estrutura definitiva de governança do sistema.

Durante entrevista ao Finsiders Brasil, no evento Rio Innovation Week 2025, Abrão destacou que o modelo já “caiu no gosto” dos brasileiros, mesmo sem contar ainda com uma estratégia de comunicação estruturada. O movimento, que começou como uma agenda de concorrência, hoje se consolida como motor de inovação e competitividade.

Bancos digitais saíram na frente, mas os tradicionais acompanham

Segundo Ana, os bancos digitais se destacaram no ranking de maiores receptores de dados na primeira fase do Open Finance. Isso porque estavam mais preparados tecnologicamente e já entraram com uma visão de negócios clara.

Já os bancos tradicionais tiveram de lidar com sistemas legados, reorganização de dados e altos investimentos em transformação digital. No início, havia resistência dos grandes bancos diante da obrigação de compartilhar informações antes exclusivas. 

Segundo Abrão, essa postura foi legítima, já que se tratava de abrir mão de um monopólio histórico. Mas essa assimetria está diminuindo:

“Hoje vejo uma postura muito diferente quando se olha para o potencial de negócio que o Open Finance pode gerar. (…) De maneira geral, a gente já observa bancos grandes muito mais organizados, muito mais preparados e com suas forças de venda usando o Open Finance.”

Valeu a pena?

Uma pesquisa da EY revelou que mais de 60% das instituições financeiras ainda acreditam que o Open Finance “não valeu a pena”. O custo de adaptação tecnológica pode ter alimentado essa percepção inicial, mas, na prática, esses investimentos impulsionaram a modernização das instituições financeiras e reforçaram a liderança do Brasil em inovação bancária.

Para Abrão, trata-se de uma visão que tende a mudar rapidamente:

“Quem não está no Open Finance hoje está em desvantagem competitiva. Quem não está, tem que entrar, ou estará em uma situação muito pior do que os seus concorrentes.”

A leitura de Abrão vai ao encontro da visão da Limoney sobre o futuro das finanças corporativas. O Open Finance não é mais um diferencial, mas um requisito para empresas e instituições que buscam se manter competitivas.

Como destaca Irene Barretto, CEO e co-fundadora da Limoney:

“O Open Finance vem transformando a lógica de concorrência no setor financeiro. Se no início foi visto com desconfiança, hoje se mostra como uma das maiores oportunidades. A instituição que não aderir ao Open Finance estará perdendo em agilidade e competitividade. Já empresas que souberem usar os dados de forma inteligente, com apoio de tecnologia, terão ganhos significativos.”

Para as instituições que ainda hesitam, a mensagem é clara: aderir ao Open Finance se torna cada vez mais uma condição básica no mercado.