11 instituições financeiras e de pagamento passam a integrar oficialmente o ecossistema de compartilhamento de dados Open Finance. São elas: C6 Bank, Mercantil, 99 Pay, Master, BRB, Carrefour (CSF), Inter, PagSeguro, Midway, Realize (Renner) e Crefisa.
Essa expansão representa cerca de 36 milhões de novos clientes incluídos e aproximadamente 220 milhões de novos relacionamentos financeiros mapeados, um passo importante para tornar o sistema ainda mais completo, competitivo e transparente.
A inclusão dessas instituições foi definida pela Resolução Conjunta nº 10/2024 e reforça a importância do Open Finance como vetor de inovação e eficiência no sistema financeiro nacional. A presidente da Associação Open Finance Brasil, Ana Carla Abrão, explica que “Tal expansão não apenas fortalece o ecossistema do Open Finance. Mas, também, proporciona maior completude de informações no compartilhamento, estimulando o surgimento de novos casos de uso e funcionalidades inovadoras”.
A chegada desses novos players também deve impulsionar serviços como portabilidade de crédito e de salário, Pix Parcelado e até marketplaces de crédito, aproximando as instituições de iniciativas estratégicas do Banco Central.
Apesar do avanço, a inclusão dessas instituições também traz desafios importantes, como lembra Daniel Alvarenga, advogado especializado em regulação financeira: “Elas (as instituições) enfrentarão desafios operacionais e regulatórios consideráveis. Entre eles, a necessidade de adequação tecnológica, revisão de contratos de compartilhamento de dados, ajustes na governança de APIs, além da observância rigorosa à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)”.
Levantamento da consultoria EY revela que, entre os novos participantes, 57% ainda não têm uma estratégia clara para explorar os dados disponíveis; 43% enxergam o Open Finance apenas como obrigação regulatória. Isso mostra que parte do setor ainda precisa amadurecer para transformar dados abertos em benefícios reais para os clientes.
O futuro do Open Finance
Com a chegada dessas 11 novas instituições, o Open Finance brasileiro se torna mais representativo, inclusivo e próximo do que se imaginava quando foi criado. Ainda há desafios: qualidade de dados, inclusão de pessoas jurídicas e necessidade de explicar melhor o valor do sistema para a sociedade. Mas as oportunidades são amplas: mais competição, produtos mais baratos, portabilidade facilitada e uma experiência financeira realmente interconectada.
“Na Limoney, acompanhamos de perto essas transformações porque acreditamos que acesso a dados abertos e organizados significa mais poder de escolha para cada pessoa e empresa”, destaca Irene Barreto, CEO e Co-founder da Limoney Tecnologia e Gestão Financeira.